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Encontros
8 de Janeiro de 2010
Atolanço na Atalaia

Se nós astrónomos amadores somos dependentes de alguma coisa, é da meteorologia.

Com melhores perspectivas para hoje, Sexta-feira, lá fui eu mais uma vez para o nosso cantinho.
Quando cheguei já lá estava o Rui Tripa, o João Nuno e o Rui Branco.

O céu estava bom, a transparência pareceu-me bastante razoável, e a humidade estava lá para nos chatear.

Eu estive Entretido a caçar alguns NGC´s entre eles um que gostei particularmente foi o NGC 2950 situado na Ursa Maior. Para lá chegar aponta-se para a Upsilon UMa desvia-se cerca de 1 grau para sudoeste e lá está ela. Uma galáxia espiral-barrada de magnitude 10.9. Embora tenha uma magnitude respeitável para o meu pequeno refractor de 4 polegadas, foi relativamente fácil de detecta-la. Nota-se sem sombra de duvida que ela é mais alongada num dos eixos.
Outra galáxia que se encontra na Ursa Maior e que também a vi foi a NGC 2742 com magnitude de 11.4. Foi mais difícil de ver esta \\\"pequena\\\" galáxia e a sua forma espiral apenas pode ser adivinhada. para lá ir ter tracem uma linha imaginária entre Upsilon UMa e Omicron UMa, a galáxia encontra-se nessa linha um pouco a mais de meio caminho de Omicron UMa.
Ouve dois objectos que não consegui ver. Suponho que a qualidade dos céus Ataláicos não ajude à minha demanda por NGC´s esquisitos. Foi o NGC1501 uma nebulosa planetária em Camelopardalis e também o NGC 1961 uma galáxia também em Camelopardalis.

Marte esteve bastante razoável. A 162x a calota polar norte era facilmente visivel e com um tamanho considerável. Também se via as zonas mais escuras no meridiano do planeta perfeitamente bem definidas.

Estive a ver a M42 pelo Binoviewer do João Nuno no seu Televue 102. Tinha uma opinião pouco fundamentada deste tipo de acessório. Os binoviewers têm tendência para perder luz devido ás óbvias limitações físicas. Ter de dividir a luz por dois caminhos dá origem perdas. Mas o que se ganha ter a visão estéreo ultrapassa bem isso e torna-se muito relaxante observar objectos de céu profundo, a melhor analogia que posso fazer é como se fosse um SPA celestial. Podia ter ficado horas a olhar para a M42 e aquela pontinha de detalhe que se perde ganha-se numa espécie de banho imersão de estrelas. Obrigado João.

Enquanto eu estava deliciado com esta visão o Rui Tripa desejava que a sua montagem não tivesse os olhos em bico e que a sua qualidade de seguimento fosse melhor. O Rui Branco esteve também a fazer imagem, e enquanto isso sempre dava uns passeios para se aquecer. Sim porque estava frio. Quando me fui embora o termómetro do meu fiel amigo de quatro rodas marcava uns refrescantes -0,5 graus centígrados. Entretanto estava uns senhores ao meu lado, mas não me recordo do nome deles, não se ofendam por isso. O meu cérebro estava meio adormecido.

Um aviso para quem for, na ultima curva antes de chegar ao recinto, o piso está muito mole, cheguem-se para o lado da cerca. Eu não fiquei atolado, mas parace que o Rui Tripa e outra pessoa tiveram esse azar.

Luis Evangelista.


 LE