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1 de Dezembro de 2008
Lua e Vénus Esta tarde houve uma ocultação de Vénus pela Lua. O fenómeno, de uma beleza extraordinária, foi acompanhado pelo Alberto, Filipe, Route, Gregório e eu,na Ponta do Sal. José Ribeiro Segue-se um pequeno relato: Nos últimos dias assistimos à rápida aproximação de Venus a Júpiter.No dia 30 a Lua entrou também em cena e, no dia 1, juntou-se de tal forma que ocultou Venus durante hora e meia. Venus e Júpiter tiveram a máxima aproximação durante a noite, de 30 de Novembro para 1 de Dezembro. Com os dois planetas separados por pouco mais de 2 graus, a Lua passou em frente de Venus. Esta passagem – ocultação – teve início pelas 15:30 e terminou pelas 17:04. Começou em pleno dia. Com binóculo, com qualquer máquina fotográfica equipada com teleobjectiva, ou com telescópio, foi fácil ver Venus a desaparecer atrás da Lua. E o mais curioso foi que, desaparecendo atrás da parte não iluminada, dava a ideia de simplesmente ter desaparecido. Nesta fase, em telescópio, Júpiter mostrava as duas bandas equatoriais bem notórias, não se conseguindo ver nenhum dos seus satélites. Tínhamos a intenção de fazer o registo fotográfico e, se possível, em filme, desta ocultação, mas não houve tempo propício a uma cuidadosa preparação. Escolhemos a PONTA DO SAL, em S. João do Estoril, como local de observação. E, logo que o céu abriu, montámos apressadamente o Obsession, num ponto parcialmente coberto por uma laje de cimento, enquanto o Filipe fazia uma recolha de fotografias de Venus em rápida aproximação à Lua, e mesmo do início da ocultação. Porém, mal tínhamos acabado o alinhamento, começou a chover e tivemos que apontar o telescópio para a parede, para o preservar da chuva, cobrindo-o ainda com um guarda-chuva e com um casaco. Choveu durante quase uma hora até que, finalmente, fomos recompensados com um céu limpo e transparente, com o reaparecimento de Venus e com Júpiter em pleno dia, acompanhado por três das suas luas. Conseguimos um filme do reaparecimento de Venus, fotografias para todos os gostos e com vários equipamentos, desde o pequeno refractor do Filipe com a Canon 300D, passando pela Canon 300D com uma teleobjectiva de 300 milímetros com estabilização de imagem, pela câmara ATIK 1C no Obsession, até à fotografias em afocal. Na saída, Venus era facilmente observado a olho nu. Muito brilhante, contrastava claramente com a Lua, discreta sob a luz solar. Júpiter também foi observado a olho nu ainda de dia, mas com o Sol já quase no ocaso. Várias pessoas se juntaram a nós, interessadas e entusiasmadas. E ficaram maravilhadas com o que viram. Devo dizer que o par Venus-Lua, no Obsession, com a nagler 31mm, era uma imagem de sonho. Com as crateras muito nítidas, com o ângulo de incidência da luz a salientar pequenas crateras no mar das Crises e no mar da Fecundidade, com aquele enorme crescente a abraçar a parte iluminada pelo "luar da Terra" e com Venus em exuberante giba, o cenário ultrapassava as melhores imagens. Aliás é quase impossível traduzir em imagens a riqueza, os contrastes, as tonalidades de um cenário como este. Arrumámos o equipamento cerca das 19:00 horas. Mais uma vez tivemos sorte. Não tivemos sorte por acaso. Tivemos sorte porque a procurámos. Alberto
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