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10 de Novembro de 2007
Serra da Estrela - Afinal não eram lobos Serra da Estrela - No wolves, after all Há mais de um ano que não íamos à Serra da Estrela. Da última vez, ocorreram coisas misteriosas magnificamente relatadas em http://www.atalaia.org/encontro.php?id=121 Desta vez o grupo foi menos numeroso. No sábado houve turismo. Começou com a intenção de tomar um pequeno almoço na Pousada de S. Lourenço, o que não foi possível por estar encerrada temporariamente. Por isso descemos até Manteigas, apreciando as matizes variadas das cores outonais nas folhas dos castanheiros e outras árvores de folha caduca. Foram cenários de rara beleza. Após o pequeno almoço em Manteigas, subimos o vale glaciário do Zêzere, a caminho da Torre, com paragens em vários miradouros. Demorámos mais junto aos Cântaros, em especial frente ao Cântaro Magro, de onde se desfruta uma soberba vista sobre o Covão da Ametade. Após a subida à Torre iniciámos a descida para o Sabugueiro. Na descida localizámos duas zonas muito promissoras para observação e de acesso muito fácil. Não serão adequadas para noites de vento. Almoço no Sabugueiro onde entretanto também chegaram o Filipe e a Rute, e o Luís Carreira já totalmente recuperado. Como é da tradição, comprámos petisco e, um pouco antes das 17:00 horas, montámos arraiais no Vale das Éguas, a 1500 metros de altitude. Com o triângulo de verão ainda bem alto, foi a vez de rever as jóias desta área, antes de voltar as atenções para o cometa P17/Holmes. Agora sem cauda detectável, é uma imagem impressionante. Muito brilhante e extenso, a cabeleira mal deixa ver o núcleo. A noite esteve muito boa para nebulosas e não tão boa para enxames globulares e abertos. Mas o objecto da noite foi, nem mais nem menos, uma raposa. Após o nosso petisco no local, deixámos o que restou em cima da mesa. A certa altura ouvimos uns barulhos e descobrimos que umas fatias de presunto tinham desaparecido. Pouco depois vimos qualquer coisa branca a andar no escuro. O branco era um saco de biscoitos que tinha ganho pernas. Ficámos a conversar ao lado da mesa, a uns dois metros, quando demos conta de um animal a tentar subir para a mesa, mesmo ao nosso lado. Aí vimos que se tratava de uma raposa. Tentámos atraí-la com uns pedaços de chouriço e de queijo que tinham sobrevivido à rapina - até o pão se foi, não sabemos quando - e ela não se fez rogada. Veio praticamente comer à mão. Quando já tinhamos esgotado tudo, ela fez mais uma sortida e não o fez por menos, saltou para cima da mesa. Só não levou as cervejas que, segundo parece, não são a sua bebida preferida. Ficou portanto desvendado o mistério. Não eram lobos, nem um, nem 100, era uma raposa matreira. Teve uma ceia de astrónomo. Partimos pelas 05:30, com 12 horas no local. A noite esteve amena, com pouco vento e com a temperatura a manter-se nos 4º, sem humidade. Só no fim da noite apareceram algumas nuvens altas a oeste. Houve alguma turbulência e o céu teve uma magnitude a atingir 6.5. Com tantas horas no local houve tempo para tudo, até para não fazer nada em largos períodos. Estas noitadas na Serra da Estrela são sempre um encanto e deixam a vontade irrepremível de voltar. Voltaremos certamente. Alberto
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